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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Stephen Hawking testa leitor de pensamentos

Nova York - Já rodeado por máquinas que lhe permitem se comunicar, o físico Stephen Hawking apareceu recentemente vestido com que parecia ser uma tiara preta trazendo um dispositivo do tamanho de uma caixa de fósforos.
Chamada de iBrain, a engenhoca de aparência simples faz parte de um experimento para permitir que Hawking - há tempos paralisado por uma esclerose lateral amiotrófica, ou doença de Lou Gehrig - se comunique através do pensamento.
O iBrain é parte de uma nova geração de algoritmos e dispositivos neurais portáteis destinados a monitorar e diagnosticar doenças como apneia do sono, depressão e autismo. Inventado por uma equipe liderada por Philip Low, neurocientista de 32 anos e presidente da NeuroVigil, empresa de San Diego, o iBrain vem chamando atenção como possível alternativa aos caros laboratórios do sono - que usam capacetes de borracha ou plástico com dezenas de eletrodos e geralmente exigem que o paciente fique a noite toda.
"O iBrain pode coletar dados em tempo real na própria cama do paciente, ou quando ele está vendo TV ou fazendo qualquer outra coisa", disse Low. O dispositivo usa um canal único para captar ondas de sinais elétricos do cérebro, que mudam com diferentes atividades e pensamentos, ou com as patologias que acompanham distúrbios cerebrais.
Mas as ondas brutas são difíceis de ler, pois precisam atravessar as muitas dobras do cérebro e então o crânio - e por isso são interpretadas com um algoritmo que Low desenvolveu para seu doutorado, obtido em 2007 na Universidade da Califórnia, em San Diego (a pesquisa original, publicada no periódico The Proceedings of the National Academy of Sciences, foi realizada com pássaros diamantes mandarins).
Sobre o experimento com Hawking, explicou ele, "A ideia é ver se Stephen consegue usar sua mente para criar um padrão consistente e reproduzível que um computador possa traduzir em, digamos, uma palavra, letra ou comando computacional".
Os pesquisadores viajaram até o escritório de Hawking em Cambridge, na Inglaterra, vestiram-no com o iBrain e pediram que ele "imaginasse que estava apertando uma bola com a mão direita", disse Low. "Ele não consegue realmente mover a mão, claro, mas o córtex motor em seu cérebro ainda consegue emitir o comando e gerar ondas elétricas."
O algoritmo, chamado SPEARS, foi capaz de discernir os pensamentos de Hawking como sinais, que foram representados como uma série de picos numa grade. "Queríamos ver se existiam mudanças no sinal", explicou Low. "E conseguimos identificar uma mudança." A NeuroVigil pretende repetir o estudo em grandes populações de pacientes com ELA e outras doenças neurodegenerativas.

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